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Sobre o #colorismo e o #racismo, uma questão pessoal que tenho enfrentado...
#Repost @ser.enar with @make_repost
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“Branca demais para estar entre os negros, negra demais para estar entre os brancos”. Quem já se deparou com esse “dilema” já esteve cara a cara com o colorismo. #Morena? #Parda? #Negra? 
Afinal, quem é mulher negra no Brasil? Pra muita gente, as pessoas (homens e mulheres) “negras de verdade” são aqueles estereotipados que nós já conhecemos bem: pele escura (retinta), nariz largo, boca grossa. E sabe pq são sempre esses os lembrados, primeiramente, como negros? Porque à eles não é dado o privilégio da “passabilidade”, que é justamente o que o colorismo traz à tona. #Negros retintos não têm como se esconder ou como passar despercebidos às vistas grossas dos racistas que buscam nos embranquecer.

A passabilidade é o que aconteceu (e ainda acontece) muito comigo. Durante muitos anos fui lida exclusivamente como “morena”. Eu não tenho a pele escura, nem os “traços típicos” de uma pessoa “negra de verdade”. Então, no raio embranquecedor da sociedade, eu sempre fui a morena. A minha pele mais clara fazia com que as pessoas ignorassem meus outros traços e me fazia ser uma intrusa TOLERÁVEL.

O tempo passa e as coisas se revelam. As pessoas e suas práticas #racistas também.

Eu era uma negra que eles toleravam. Apenas isso. A minha pele mais clara me dá, até hoje, acesso à lugares onde pessoas negras de pele escura não estão (ou não costumavam estar) porque o #racismo/colorismo determina qual negro é mais ou menos tolerado nos espaços, nos serviços, nos direitos.

O #colorismo também se funde com o #machismo. Se, até hoje, o valor de uma mulher é indicado pela sua “beleza” e se a #beleza no nosso país é totalmente eurocentrada, com padrões onde o negro nunca é belo, o colorismo aqui separa as #mulheresnegras que são desejáveis (leia-se hiperssexualizadas) e as que devem ser preteridas - mais uma vez.

Em resumo: ser negro de pele clara não significa que não seja negro, mas significa que a experiência do racismo é diferente na experiência sentida pelos negros de pele escura.
O racismo, sofisticado e cruel, também tem seus 50 tons de opressão.

Sobre o #colorismo e o #racismo, uma questão pessoal que tenho enfrentado... #Repost @ser.enar with @make_repost ・・・ “Branca demais para estar entre os negros, negra demais para estar entre os brancos”. Quem já se deparou com esse “dilema” já esteve cara a cara com o colorismo. #Morena? #Parda? #Negra? Afinal, quem é mulher negra no Brasil? Pra muita gente, as pessoas (homens e mulheres) “negras de verdade” são aqueles estereotipados que nós já conhecemos bem: pele escura (retinta), nariz largo, boca grossa. E sabe pq são sempre esses os lembrados, primeiramente, como negros? Porque à eles não é dado o privilégio da “passabilidade”, que é justamente o que o colorismo traz à tona. #Negros retintos não têm como se esconder ou como passar despercebidos às vistas grossas dos racistas que buscam nos embranquecer. A passabilidade é o que aconteceu (e ainda acontece) muito comigo. Durante muitos anos fui lida exclusivamente como “morena”. Eu não tenho a pele escura, nem os “traços típicos” de uma pessoa “negra de verdade”. Então, no raio embranquecedor da sociedade, eu sempre fui a morena. A minha pele mais clara fazia com que as pessoas ignorassem meus outros traços e me fazia ser uma intrusa TOLERÁVEL. O tempo passa e as coisas se revelam. As pessoas e suas práticas #racistas também. Eu era uma negra que eles toleravam. Apenas isso. A minha pele mais clara me dá, até hoje, acesso à lugares onde pessoas negras de pele escura não estão (ou não costumavam estar) porque o #racismo/colorismo determina qual negro é mais ou menos tolerado nos espaços, nos serviços, nos direitos. O #colorismo também se funde com o #machismo. Se, até hoje, o valor de uma mulher é indicado pela sua “beleza” e se a #beleza no nosso país é totalmente eurocentrada, com padrões onde o negro nunca é belo, o colorismo aqui separa as #mulheresnegras que são desejáveis (leia-se hiperssexualizadas) e as que devem ser preteridas - mais uma vez. Em resumo: ser negro de pele clara não significa que não seja negro, mas significa que a experiência do racismo é diferente na experiência sentida pelos negros de pele escura. O racismo, sofisticado e cruel, também tem seus 50 tons de opressão.